LEGENDAS |
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Poesias-->médico 316 -- 24/12/2010 - 23:02 (maria da graça ferraz) |
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E a mulher seguia
Na mão, um filho
Na outra mão, outro filho
Na barriga, o caçula mexia
e conforme a mãe entendia,
ele já pedia comida
Atrás dela,
os filhos maiores, em fila,
acompanhavam seus passos
Todos tinham o mesmo rosto magro
de olhos grandes e parados
A mesma tez parda- amarelada
de quem come banana verde
e raízes bravas
A mesma ferida
que nunca secava
na mesma perna
Os mesmos pés chatos
de quem nunca derrapava
nos terrenos de saltos
A mesma corcunda
que mira o olhar para baixo
O mesmo dedo comprido
de tanto apontar
as estrelas frias
Os mesmos piolhos,
as mesmas lombrigas,
o mesmo Pai..." O do céu"
E ela vinha
puxando os filhos
E o último da fila - o mais fraco
ia puxando
atrás dele
um balão de gás
cheio de ferro , aço e salitre :
ESTE MUNDO TERRIVELMENTE PESADO
QUE NÃO MULTIPLICA
APENAS SOMA-SUBTRAI E DIVIDE |
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