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Poesias-->médico 315 -- 24/12/2010 - 23:01 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ainda madrugada

O galo cantador dormia

O jasmim se abria

A coruja era lampião da lua

E eles vinham em longas filas

de romarias

para as consultas

Sempre arrastavam alguma coisa

Uma sacola. Um pé. Dois pés.

Uma corcova. Filho à tiracolo.

Um outro pior do que eles



" Deveriam fazer cruzes

com rodinhas"- dizia o bêbedo,

sentado no chão, sozinho

E eles chegavam

Cheiro de peixe cru, xepa,

frutas azedas, pão dormido



E havia sempre entre eles,

um velho branco apagado

quase sumido e calado

E uma mulher grávida

de gêmeos, com perna inchada

e grossas varizes,

que como algemas azuis,

prendiam-lhe os passos tristes

neste chão sem luz



Mas havia entre eles... crianças

Crianças que corriam-

rostos corados, ofegantes,

molhadas, corriam

E ninguém sabia

para onde elas corriam

O espaço era tão estreito

O sol não ficava

nem à esquerda ou à direita



Talvez se eles se lembrassem

para onde as crianças corriam,

correriam junto com elas



E eu também!

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