DE POETA E LOUCO...
TODOS NÓS TEMOS UM POUCO!
Dentro da fria madrugada
Eu vejo a vida passar
Como um filme em minha mente.
Passam os boêmios inveterados,
Passam as almas alienadas,
Os corações amargurados,
Em busca do amor ausente
Que se perderam do dia
Naquela madrugada fria
Eu me encontro a vagar!
Pudera eu prevalecer-me
Do conhecimento da alma.
Da ansiedade da minha
E do desejo da tua,
Na cama... na rua!
Dos amores guardados
Na profundidade de mim.
Em que reluto alcançar.
E, ainda que eu alcance
As entranhas de meu ser,
Não haverá menor chance
De vir a me conhecer!
Pois sou mistério insondável
À beira do imaculado
Temor de meus anseios...
Dos meus desejos e meios
Que busco para te ter.
Hoje, eu te quero inteiro
Em mim... mas amanhã
Talvez um sonho improvável!
Se na loucura, mergulho
Talvez em sonho, navegue.
Por mar revolto, ondeado
Orquestrando uma canção
De versos vis, desejados
Sem regras ou condição,
Tudo me dê e não negue
Que no inferno eu vasculho
Pois de Poeta e louco
Todos nós temos um pouco!
...E é assim que esta insônia
Corrói-me, sem parcimônia!
(Maria Emilia Pereira)
|
