Queria um quarto azul como o quarto de Van Gogh.
Com uma janela ao fundo que me desse aos olhos
um campo de girassóis.
Queria cortar minha orelha e ir, eu mesma,
entregá-la ao homem amado.
Depois, atar um lenço branco à cabeça e pintar
meu auto-retrato, como se fosse dezembro.
Desatado o lenço, veria brotar da ferida
um imenso, belo e indecente girassol amarelo.
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