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Poesias-->A escravidão do poeta -- 26/09/2010 - 19:26 (E.L. Kamitani) |
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A escravidão do poeta
Acolho ordens que não se repetem
E registram-se apenas nas incoerentes
Linhas dos contratos que os tambores mugem.
Dormindo e implantando em cada ínfimo lote
A dose requerida de silêncio, eu administro
O consumo de sonho e de miséria
Através de meus mágicos ponteiros.
Sou cada vez mais escravo.
Toda poesia é violência e sutileza.
Sob infinitesimal onda de beleza, surge
A convergência de signos e conspirações,
E as pretéritas tremulações arrepiam
A crosta, as cinzas e os campos.
Não há nada a temer ao fechar das páginas,
A essência e a magia pacientemente
Explicitam o miolo.
Não será necessário haver sol
Para se ter a surpresa – o destino deslizará
Como uma fina camada de gelo
[sobre a correnteza
E os amores, as conquistas, as altas aspirações
Condensarão na redoma a seiva e o sangue.
Diante do diamante mais absurdo, o poeta
Efetuará sua rendição – derramará nas pedras
O último pote de lirismo,
Arduamente extraído do seio da musa distante.
(Eder Kamitani)
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