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Poesias-->AS MENINAS -- 18/09/2010 - 08:13 (PAULO FONTENELLE DE ARAUJO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


 






Nesse frio a cidade entristece


e atrás da vitrine,


a manequim avista


o sol de inverno em São Paulo.


 


É  oca e plástica a boneca,


que agora prega o seu quase olhar


em nossa estrela já opaca entre nuvens.


 


São quase dourados,


a boneca e o sol paulistano.


 


Mas,  às vezes, acontece


uma brisa morna cintila,


apaga os faróis,


desce pelas avenidas


e a transparência do nosso astro


reaparece.


 


Nesse frio São Paulo entristece,


e atrás da vitrine


a modelo veste uma jaqueta justa


e mira veículos apertados


por faixas justíssimas.


 


É oca e plástica a boneca,


que ajusta agora a sua quase percepção


para  autos colados ao asfalto.


 


São quase iguais,


a boneca, o sol e o trânsito paulistano.


 


Mas, às vezes, acontece,


constantes explosões de “air-bags”,


desenlaçam  pedestres


aquecem  as ruas e  praças


e a graça dos verão


reaparece.


 


Nesse frio a cidade entristece,


e atrás da vitrine,


a manequim percebe a voz da mulher ao marido:


Querido, eu mereço.


 


Então essa boneca tão oca e plástica,


acende a sua vaidade e pensa:


Eu também careço.


 


Muito semelhantes são,


a mulher de plástico e a mulher de osso.


 


Mas,  a mulher de osso paga em espécie


e a mulher de plástico  somente resplandece.


Vitrines não são  consolo.


 


No frio toda a cidade entristece,


e atrás da vitrine,


a manequim oca e plástica  percebe,


o quanto é difícil manter em São Paulo


a pura mimese.


 





 


phcfontenelle@gmail.com

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