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| Poesias-->DESPREZO LETAL -- 24/08/2010 - 09:58 (FERNANDO PELLISOLI) |
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Sendo um ser material,
Sou o fruto do deseja.
E sou quase um animal
Ainda que homem veja.
Engulo a sobra da vida
Nesta essência funesta,
Pois mergulho na lida
Que a monotonia atesta.
Desgosto do meu fado
Despojando-me solidão,
Onde convive (do meu lado)
Esta sutil escuridão.
Estrago o prazer de tudo
Nesta depressão dita,
Onde me desprezo (contudo)
No entorno de uma fita...
Já não vejo mais a lua
Que dourou o meu amor.
Pois feito cego na rua,
Eu não vejo nem a flor.
Queria estar noutro mundo:
A vida cheia de graça
Neste meu amor profundo.
Desprezo a desgraça!
É letal tamanho desprezo
Desta vida material:
Quero retornar ainda teso
Ao mundo espiritual.
Já me enojei deste jogo
De forças antagônicas;
Pois que venha o fogo
Queimar as supersônicas...
(por Fernando Pellisoli)
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