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| Poesias-->plsocial 134 -- 05/06/2010 - 22:26 (maria da graça ferraz) |
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Até a próxima convulsão"
Ninguém olharia para ele
E ele vagaria pela cidade
abraçado à garrafa vazia
como se ela fosse um filho
morto e querido
" Até a próxima convulsão"
O mundo não se preocuparia
com ele
E ele disputaria com as sombras
um encosto no muro
e com os gatos
o brilho magnético da lua
" Até a próxima convulsão"
Passaria incógnito
Seria algo próximo ao nada
Permaneceria trêmulo
como uma ave no chão-
asa cortada
a tentar o vôo
E teria náuseas e delírios
E gestos descomedidos
teatrais que o exporiam
à humilhação e ao ridículo
"Até a próxima convulsão"
Ficaria sem água
sem glicose
sem fenobartital
secando naturalmente
como
um ramo precocemente
arrancado
E perambularia pelas ruas
solitário perdido
- náufrago maluco
à procura de uma poça de água pura
onde pudesse lançar ao mundo
seu pedido de socorro:
a garrafa vazia
ANTES
...
DA PRÓXIMA CONVULSÃO
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