São seis horas da noite...
Quando no labor de minha alma,
As mais doces volúpias,
Cedem lugar aos ardores vomitivos e desgraçados
E o dia morre, sem dizer nada, absolutamente nada...
Da angústia do inconcebido à eterna insatisfação,
Os ruídos estridentes e chatos,
Estimulando a carnífice voraz dos carros,
Arrancam a integridade simétrica dos sãos
Mas o café está na mesa
Amargo..
E o amor está chegando
Ao fim...
Ainda restaram asas
Quebradas...
E às seis da noite é assim...
Café, angústia e cigarro,
Ave Maria e poesia..
2001 |