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Poesias-->2480 -- 27/12/2009 - 20:04 (maria da graça ferraz) |
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poema 2481
mdagraça ferraz
gracias a la vida
Aquela gente. Gente sobre gente.
Gente abaixo de gente. Gente por todos os lados!
Às vezes, um novo entra, cruz pendurada
no pescoço, indica a operação da soma,
não me engano, é mais um sintoma
do mesmo destino, do mesmo genoma
Tristegente. Tristemente. No ombro
a marca do aguilhão e do rebenque
Aquela gente. Amargamente.Amargagente.
Mostruário da desdita e da miséria,
das estatísticas falaciosas do Sul América,
do censo, das pesquisas periféricas,
dos números lotéricos,
dos conjuntos matemáticos
de um país que nunca será sério
A revelação desta gente está no ar
Não se trata de um cometa. Mas de um inseto
A febre. A Dengue, A leismaniose.
O sinal é o fio de sangue
em forma de estrela que escorre
semelhante ao sinal da besta, na testa
Essa gente vive a Quaresma
Está sempre à espera
Às vezes, um coelho tímido
põe sua cabeça para fora,
mas logo entra na toca,
porque se o pegam, devoram-no
Essa gente, saibas, hoje, neste país infeliz,
vale menos que uma foca,
um jacaré, um avestruz
E eu aqui, médica
com meu bisturi-
esta espadinha-
amolando a luz
obrigada por teres me lido
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