Usina de Letras
Usina de Letras
14 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63268 )
Cartas ( 21350)
Contos (13302)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3249)
Ensaios - (10695)
Erótico (13594)
Frases (51794)
Humor (20181)
Infantil (5610)
Infanto Juvenil (4956)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141326)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6360)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->2470 -- 27/12/2009 - 19:39 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Poema 2470

Mdagraça Ferraz

gracias a la vida



A camisa do velho



Ela sobreviveu à seda

ao linho à malha sintética

Resistiu à sovadura

aos trancos às pilhérias

à roda do destino

Ela lutou contra todas as vitrines

Venceu os figurinos e a lei da moda

Ganhou o respeito que se conferem às togas dos juízes

às becas dos médicos

ao fato dos grandes reis



Simples e limpa

Barra puída pelo uso

No tecido, pequenos furos,

cerzidos,

como cicatrizes

A dor flagrada

no bolso

A miséria. O amor doméstico.

Singelo. Vívido.

O pedaço de terra desbotado

em que fez o plantio

A família. O crucifixo.

O bando de filhos,

tantos, cujo nome,

o velho , as vezes, esquecia



A camisa do velho

O trapo em que se cobria

Boa. Digna. Bom trapo.

Refrigerava e aquecia

Saber implícito



O colarinho lavado

esfregado com sabão

caseiro- sabão feito em casa,

gordura , álcool e erva do mato

Branquinho!

Como a névoa que sobe

pelas manhãs de chuva fina



A camisa do velho

cujo sonho

era a goma

Ganhar a planura

amaciar o vergão

o susto e milhares de sulcos

e crescer túrgida

como as úberes

os falus dos rapazes

as flores ,as mãos em súplica,

as almas leves



A camisa do velho

Pano que se rompia

aos poucos

Liberta do sobretudo

e da gravata

De todas as amarras

Das conveniências



A camisa do velho,

dizem, pulsava

no escuro,

como um segredo

quardado

do outro lado da luz



obrigada por teres me lido

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui