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Poesias-->PESADELO -- 16/12/2009 - 17:56 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PESADELO



Encontrei um esqueleto

De um negro feiticeiro,

Nas mãos tinha um pandeiro,

No pescoço um amuleto;

Passei a mão num graveto

E bati no seu traseiro,

Gritei alto e zombeteiro:

- Acorda, fantasma preto!



A caveira levantou

De repente, num revés,

Foi contanto até dez

E em seguida me encarou;

Gargalhando assim falou,

Agarrando-me nos pés:

- Eu já fui o que tu és,

Tu serás o que eu sou.



Pedi aos restos mortais

Da medonha Entidade

Que tivesse piedade

E compaixão dos meus ais:

- Vai pra junto de teus pais,

Nos confins da eternidade,

Dá-me agora a liberdade,

Que não te verei jamais.



Ele ficou pensativo

E, após um tempo absorto,

Apontou-me o dedo torto

E falou muito incisivo:

- Passei a vida cativo,

Na morte eu achei conforto,

Não sou mais um vivo morto,

Sou agora um morto-vivo.



Depois me fez um apelo,

Dizendo-se apaixonado,

Se eu lhe fizesse agrado,

Jamais tornaria a vê-lo;

Para não aborrecê-lo,

Dei-lhe um beijo prolongado

E acordei muito assustado;

Que horrível pesadelo!



BENEDITO GENEROSO DA COSTA

benegcostq@yahoo.com.br

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