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Poesias-->2547 -- 07/11/2009 - 20:32 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos








Porque eles obrigam-me

a ser igual a eles,

estou aqui, hoje,em minha ilha,

treinando a voz

no tom da cartilha

Decoro palavras exatas

politicamente corretas

para manter-me dentro das regras

em cada um de meus versos



Observem meu progresso!



Hoje, sei imitar estátua

peixe de aquário

samambaia e pedra

Preencho fichas,

registros e formulários,

sempre amistosa e solícita

E..."ranjo"

Ranger é tipo de tremor-

sinal de vida dos inanimados

E que me desculpe

a porta sem tramela

mas eu ranjo melhor que ela





Hoje, sou risonha!

Decorada com uma

estupidez formosa

Sou ilustre e jocosa

como uma pandorga

Uma infame feliz,

senhores e senhoras

Com a beatitude

de uma ave pernalta

cor de rosa

A elasticidade

de um caracol que flutua

cheio de geléia viscosa

E a placidez dos bovinos

passeando numa campina

Mole! Estou mole!

Como uma cágado

com seu passinho de anjo

na trilha do rocambole



Porque eles querem

que eu seja igual a eles,

desisti da fuga,

estou aqui, hoje,

lustrando a ferradura,

guardando o molde,

o uniforme, a marmita,

para seguir a moda

a fila a lista

qualquer costas



Ensaio seus gestos

quadrados e endurecidos

Suas nucas rijas

Seus sorrisos

baixos, oblíquos,

como aves em vôo

extremamente feridas



Preciso atingir

o estado cataléptico perfeito:

ecumênico, impertubável,

fleumático, unânime

A narcose romântica

do paraíso terreno

Uma existencia anestésica

com papoula, cogumelo,

novocaína e veneno



Hoje sou Nova Ordem Mundial !

Adquiri a leveza da formiga

operária e a presteza da abelha

rainha nos favos hexagonais



Mas, às vezes, este é meu tormento,

apesar da prensa boa, dos novos carimbos,

de todos os exercícios...



eu ainda sinto - eu ainda penso



Estou ainda VIVA!



Como pode ?

ELES são MUITOS-MILHARES- BILHÕES

MAS nenhum NÚMERO

que nesta terra se sacode

.....

é MÚLTIPLO DO UM



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