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Poesias-->2536 -- 07/11/2009 - 20:27 (maria da graça ferraz) |
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Quem quer meu amar?
Quem quer?
Meu amar é pequeno
frágil indefeso
como a borboleta
que voa entre as flores
do jardim da infância
É tão simplório
como aquela garrafa térmica
de chá de erva doce-
na repartição pública-
que enche todas as xicrinhas
das prateleiras
e reparte -se ao meio, indefinidamente,
em numeros inteiros
Meu amar é bobagem
Tolice de moça namoradeira
Aquela fofoqueira da janela-
decote comportado
Cheia de sonhos
de bondades
e de bons-bocados
Quem quer?
Meu amar não derruba muros
Não levanta bandeiras
Não provoca . Nada promete.
Não grita. Não faz prisioneiros
Nada limita
Meu amar é preguiça
Quem quer um amar
assim como o meu?
Tão inútil. Tão fraco.
Tão limpinho
como as pedras de gelo
que caem sobre a gente
que dorme na rua
e decora-a com diamantes
Tão despercebido é este meu amar
que ninguém sabe-o
e obriga-me a falar alto:
" Quem quer este meu amar?"
Meu amar é perfume pobrezinho da avon
lançado do alto das cidades
mas que cai com som
É uma bolinha de isopor
que corre entre os cubos
retos sólidos edifícios
desenhando caminho
É a força não física
que obriga o bebê
que engatinha
a levantar sua cabeça
e a crer em seus pézinhos
Meu amar é o verbo
unido ao amor-
imagem e semelhança
nas eternas núpcias
É a resposta
que casa com todas
as perguntas deste mundo
É a vitória
que se consagra vitória
sem precisar de nenhuma luta
É a única coisa
que conheço na vida
que parte de mim,
foge entre tudo,
terras distantes,
mas sempre retorna pura
e triunfante
Meu amor
é a FÉ que anula todas dúvidas
A FÉ
Meu amar- quem quer? Quem quer?
Quem quer?
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