A MOCINHA E O MONSENHOR
© by Escrivão Joaquim, 2.426.741, J. Pessoa, out./ 2004
Mocinha de Quixadá
Sentindo-se preparada
Para sair-se aprovada
Num concurso militar
Continuou a estudar
Concluiu o segundo grau
Fez o exame final,
Pegou o diploma do curso
Mas na prova do concurso
Não saiu bem – levou pau.
A jovem sentiu-se mal,
Contudo não desistiu,
No ano que se seguiu
Já antes do Carnaval,
Resolveu que, afinal,
Faria o Vestibular
Recomeçou a estudar
Estudava todo o dia,
Das oito até o meio-dia
Na esperança de passar.
Mas não sei se por azar
Logo no primeiro exame,
A mocinha deu vexame
Se marcava a letra “a”
O “b” devia marcar
E onde marcava “c
O certo seria “D”;
De forma que achou normal,
Novamente levar pau
No estudo deixou de crer.
O que haveria a fazer,
Para ser gente na vida,
O mundo lhe deu guarida
Ela não soube vencer.
Que mais podia querer?
Começou a namorar
Ficou noiva pra casar
Mas antes, pediu conselho,
Ao monsenhor, padre velho,
A quem foi se confessar.
Gostava o padre de prosa
O gracejo era seu prato...
Ouviu da moça o relato,
E lhe disse em tom de glosa:
-Ó minha jovem, formosa,
O casamento, eu aprovo.
Mas ouça o que diz o povo.
É bem certo o julgamento,
Que se escolher casamento
Tu vais levar pau de novo!
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