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Poesias-->Depoimento de uma pálida estátua -- 26/08/2009 - 17:45 (E.L. Kamitani) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Depoimento de uma pálida estátua



Uma curva feita de ossos

Sinaliza a luminosa intermitência de um parque.

Debaixo de uma árvore seca, pequenos rebeldes

Organizam um convescote alcóolico.



Sem bilhetes, as entradas para o parque ficam vedadas.

E o bilhete é uma pichação, um carimbo,

Uma carta de confissão apaixonada,

Um estrambólico giro vortical rumo a uma era plúmbea.



Ganidos sobram nese outono.

A lei selvagem incita a civilização a cometer

Seu mal primordial. Não há medo,

Apenas ciência da limitação.



E o arco, oco, etéreo e gasoso,

Ecoa como semblante de deboche,

Gesticula impavidamente. Temos de convir -

A noite não é e nunca será um comprimido,

Uma soneca ou uma cópula.



Enquanto o gesso emoldura

As pálpebras da atenção,

O criminoso sem critério

Gira o tambor, joga seus dados -

Ele é silenciado pela própria ilusão

de ser feliz.

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