|
| LEGENDAS |
| (
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
| (
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
| Poesias-->Densa Floresta -- 23/03/2001 - 09:08 (José Ernesto Kappel) |
|
|
| |
Sou ponto nobre,
com atendimento especial,
consulto meu lar de palha
e nado nas florestas ao largo.
A floresta é densa e cheia
de medos aparentes.;
tem sua afirmação de sol
e de lua.
Mais tem nódoas de vazios!
É lá que eles descansam,
enquanto os homen depuram
em violentá-la a golpes medidos,
sem coração.
Se meu corpo se faz na floresta,
é porque sou aindo escuro,
não persigo o sol,
e vivo em brumas,
e lembranças dos
mal-partidos.
Minhas horas são como
sua mais profunda densidade.;
meus minutos, eu passo
entre o soberbo da negritude
e da esperança que alguma coisa
nasça. em plenitude.
Mas nada que seja de aço!
Mas desta amplidão não dá nem frutos,
nem esperanças,
nem comodidades de estrelas.
Tudo é vago
e zonso.
Se estou perdido na floresta,
estou perdido
dentro de mim.
Se estou perdido,
sou uma folha melaça,
esvoaçante, que voa sobre
suas copas.
E se não me encontram
é porque já sou vareta
de açoite.
E dizem: "os dias já passaram",
como oito vezes quatro,
direto e incisivo,
não faz alarde,
e vive sem acalanto.
Desta floresta
eu não saio mais.
Ela fez de mim sua sombra,
me invadiu com ramos folheados.
De mim tirou o sol,
de mim tirou sonhos.
Hoje, vesgo por entre seus galhos,
e digo sinto muito,
fui uma vez, prá nunca mais ser,
vivi uma vez,
prá morrer em vida
sem nascer.
Sem nascer,
e é prá duvidar?
Se ninguém aparecer,
vou me coroar,
rei da floresta sem dono,
rei do vago e de dor espairecer!
|
|