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Poesias-->CÁRCERE -- 23/08/2009 - 19:26 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cárcere

®Lílian Maial





Urge a palavra perpétua

condenada à boca

solitária

engolida

qual bolo de espinhos



A língua lambe

sorve enjaulado grito

feito crime perfeito

violação dos sonhos



Os olhos cospem intenções

e não confessam



As mãos sacodem as grades

- grilhões de encardida esperança -

trancada às sete chaves



Num canto esquecido

o lacre no peito inflama

e escorre

corrosiva dor clandestina

a clamar justiça e alimento

que a fome não cala com o tempo



Ergue-se do cativeiro da inércia

a mão que ara a terra da mudança



Revolve o coágulo árido e seco

Pulveriza o suor

Aspergindo a força do homem

O futuro



Há que libertar o verbo

convolar os silêncios

e sentenciar a dor



A flor do cárcere desabrocha no poema



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