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Poesias-->2506 -- 12/04/2009 - 20:21 (maria da graça ferraz) |
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Ele chamáva-se Olavo
Ela, Iolanda
Não! Está errado!
Iniciei o poema
de forma desandada,
sem jaez, sem cuidado
Vou começar outra vez
com..."poesia"
Olavo cuidava de sua ferida
como se ela fosse uma flor
E a ferida, agradecida, sorria-lhe,
com os lábios serreados
e sua linguinha suja
como fazem aquelas bocas,
fim de madrugada,das putas
Olavo amava sua ferida
A ferida o distinguia
A ferida o enaltecia
A ferida oferecia-lhe
uma grandeza heróica
que ele não possuía
A ferida fê-lo
saber de um lado bom
de si mesmo
que ele próprio desconhecia
Ele queria que a ferida tivesse
nascido em seu peito-
sobre uma de suas costelas
feito uma perfeita Eva
Mas a ferida humilde, preferiu
beijar-lhe os pés, como uma serva
E por amá-la tanto, tanto,
Olavo deu-lhe um nome : Iolanda
Em gerúndio
Quase uma eternidade
Que lembrava a ciclicidade
de sua doença, em ondas
curtas, contínuas, quarentenas:
sono-febre
semente-fruto
acalmia-recrudescência
dormência-loucura
Curá-la? Nunca ! Nunca!
Curar seria traição!
Matar Iolanda
era cavar sua tumba
com suas próprias mãos
Olavo e Iolanda
Inseparáveis
HÍBRIDOS
A confirmarem no auto-exame
que o amor sobrevive
no equilíbrio
entre o sublime e o infame
obrigada por teres me lido
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