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Poesias-->2459 -- 12/04/2009 - 19:50 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aqueles lençois

de algodão puro

estendidos sobre as macas

duras, de ferro, de aço...



Quem os lava? Quem os cerze? Quem os passa?



Aqueles lençois

guardam a maciez tépida

da luz presa, incrédula -

como alguém que, de repente,

descobre ser amado intensamente,

e sente-se valente, invulnerável



Pois aqueles lençois

que ninguém repara

ou deles, ninguém se recorda,

conhecem

a água das mães.

a dobra feita pelas

mãos ferozes.

o corpo úmido.

um dorso. um ventre

um rosto .o olho. o mundo.

o sangue quente humano.

"A gosma"



São tão invisíveis

Tão transparentes

Tão silenciosos



Aqueles lençois

tão despidos de si,

completamente,

tão inexistidos,

revelam a nudez íntima do pano

O molde das entranhas

friorentas

da carne -

"! A ALMA HUMANA!"



São com estes lençois

que nos dias claros,

DEUS se lava,

e nas noites escuras,

DEUS se enxuga



obrigada por teres me lido



poema dedicado aos humanos sudários

que cobrem os leitos

dos hospitais públicos





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