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Poesias-->A Despedida de Brutus -- 14/11/2008 - 18:40 (Fernando Werneck Magalhães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
(Este solilóquio, de autoria de Shakespeare, foi descoberto pelo jornalista e político Carlos Lacerda - meu primo afastado; aliás, quanto mais afastado, melhor! - por ocasião da brilhante tradução que fez, em l956, da peça “Júlio César”.)



Portia, my Portia,

Derrotado, afinal, pelo aço implacável, frio,

Com a ajuda dele e do amigo caloroso

Apresso-me, feliz em reencontrar-te.

A ti, que também te foste,

Mas sem ter sido levada.



Nesta hora, óbvios se tornam meus pecados.

Não percebi, primeiro, que o mundo é falho.

E, assim também, a minha preciosa filosofia.

Perdi-me, menos por nela acreditar,

Mais por esquecer que as pessoas são

Antes, volúveis, viscerais, que razoáveis.

Desnorteado, sei que causei a ti e a muitos outros

Dissabores sem fim.



Humilde, imploro agora o teu perdão.

Perdão pela minha soberba sem limites.

Corajoso – sim, ambicionei sê-lo –,

Mas, de fato, em parte falhei no meu nobre intento.



Vejo-me, porém, incapaz de suportar agora

Dos mártires a morte física, lenta, sem esperança.

E, também, o suplício moral

De ser exibido pelas ruas de Roma

Qual reles mortal – sem apego aos livros!

Qual presa vulgar de uma audaz intentona,

Que desastrada se fez, por culpa só minha;

Além de malévola ser, por idéia de outros.



Por isso, decidi, como tu o fizeste por distintas razões,

Antecipar o meu futuro.

Pois só os santos, retos que são,

Conseguem sobreviver à tortura moral.

Esta, uma cruel invenção do Demônio.



Confesso, ademais, que pequei contra ti.

Que não fui tão gentil quanto mereceste:

Severo, rígido, incapaz de perceber a tua fragilidade,

Disfarçada pela tua extrema dedicação.

Portia, anjo amigo, minha deusa,

Para ti já me vou!









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