Toquem flautas, a víbora sai do cesto e enfrenta o mundo.
Quer vê-lo, sentí-lo...
Mesmo uma Naja, os homens não a temem, porque a conquistaram com a astúcia, exterminando o perigo.
Satisfeitos a fazem retornar ao abrigo e ali ficar até o próximo espetáculo.
A Naja se curva à dança, ao som da flauta.
As víboras não são traiçoeiras, elas silvam
avisando:
_ AFASTEM-SE.
EU SOU O PERIGO! FUJAM!...
Se as pessoas fossem como elas, não haveria
tanta traição, desrespeito.
As cobras mudam a pele todo ano, deixam a casca velha e passam a viver de capa nova.
Os humanos deveriam imitá-las.
Quem sabe o mundo se tornasse melhor, as violências de extinguiriam, porque todos se respeitariam.
Quantas lições de vida nos dão os animais,
até os mais perigosos.
Com suas vozes eles tentam transferir
mensagens, apesar de sermos os mais
inteligentes, não as deciframos.
POBRE
HOMEM!
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O homem é mais perigoso que as víboras. Poema publicado no livro Mulher! Conquista Fácil! (Poesias e Crônicas) editado pela Universidade Federal do Amazonas/1996.