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Poesias-->2413 -- 17/10/2008 - 20:25 (maria da graça ferraz) |
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Eu queria sair hoje nesta cidade,
e gritar teu nome, a cada rua, a cada viela,
a cada porta, a cada parte
Gritar, gritar teu nome, como quem só sabe
esta palavra,e não precisa de nenhuma outra
Porque em teu nome cabem todo vocabulário,
todos os gestos, todo o silêncio que varre
os peitos dos homens, todos os olhares
desfeitos, a mudez forçada dos lábios
Eu queria gritar teu nome nesta cidade,
dentro de cada boca, para que em cada boca,
teu nome ecoasse, e seria uma forma
de fazer com que todos gritassem
teu nome junto comigo
E, que fosse proibido,
ninguém ouvir teu nome,
e fossem revogadas
todas as medidas contrárias
desde este dia
Eu queria lançar teu nome
contra a cidade fera, dura,abrupta
como se ele fora uma pluma
para que ele ascendesse
sobre todas as cabeças de alumínio
entre os corredores sem ar dos edifícios
e massageasse os degraus das escadarias-
estes joelhos feridos -
com que as colunas curvam-se à calçada suja
Atirar teu nome como quem lança
um agasalho àqueles que tém frio
Um pedaço de pão,
aos que tém fome
Um sorriso ao triste
Lançar teu nome!
E que teu nome, soberano, se estabelecesse
e ninguém me perguntasse
que nome seria esse
E que teu nome substituísse
todas as preces, todas as juras,todos os versos,
todos os diálogos inúteis e vazios
com que os homens tentam desesperadamente
unir-se aos outros homens sem sucesso
Que teu nome fosse como um anel
que passasse de mão em mão
sem desejo de posse
ou cobiça
ou traição
Eu queria sair hoje, nesta cidade
e gritar teu nome
porque toda vez que grito teu nome
o mundo fica menos sozinho
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