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Poesias-->Exumação de Sombras -- 25/09/2008 - 10:06 (Eloi Firmino de Melo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Exumação de Sombras





Observo outra vez

o velho universo:

imagens do passado

revividas;

visão calada, perdida,

renascida,

a aterrissar na emoção de

antigos gestos.





João-de-barro,

autor de um só modelo,

laborador contumaz

de amarga lida;

entre as palmas da mão

ainda abriga

antiga chama recorrente,

acesa.



De manhã colhe o sol

no rosto em festa,

entre os campos floridos,

ou rochedos,

apascenta na alma

os seus segredos,

e os sonhos no peito

ainda deserto.



Ao alcance da vista

espera a roça,

ouro verde

entre pedras encravada,

fio invisível

da possível faca,

que se enfia na vítima

atrás das costas.



Por repetidas trilhas

o mesmo gado

sob a fiel vigilância

do caboclo,

que enfrenta um sol

causticante e corre solto

em seu cavalo

pangaré montado.



Lá na fazenda,

o peso da acrimônia

do proprietário rude,

quase um louco;

comandante

cioso sempre ao posto

a dirigir com zelo

o patrimônio.



Os pés na lama,

no barro, nos cascalhos,

herdeiros naturais

daquelas trilhas,

no solado as velhas

cicatrizes,

moídas, doloridas,

machucadas.



Na casa de sapé

a companheira

a esperar ansiosa

o bem-amado,

as chamas de Cupido

acalentadas

e as vestes do amor

em fogo aceso.



E a festa sem limite

em foro íntimo

avança sobre o palco

dos lençóis

e na mudez dos suspiros

o tempo corre

até que a luz da aurora

toque o sino.



Os anseios de vitória

falam alto,

quando esse pássaro

de rural rotina,

alça um vôo noutro céu,

quer novo ninho,

Asa Branca

à procura de outro pasto.



O mundo do informal,

primeiro arrimo;

outros chegam depois

em conseqüência;

corpo a corpo: cruel

sobrevivência

de uma luta

frenética contínua.



Em cada esquina

algum fantasma esconde

uma proeza

em palco dessa arena;

instrução conquistada

a duras penas,

vai o obstáculo com rigor

transpondo.



E entre nuvem sombria

um sol aponta

muitos raios num céu de

novos rumos;

alvissareira canção de

um novo mundo

na direção que concretiza

os sonhos.



E as pás e pedras

para trás deixadas,

velhos registros de uma

dura lida,

exumação de sombras são,

marcas antigas,

recordações perdidas,

nada mais.

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