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Poesias-->Filho do Breu -- 02/03/2001 - 12:19 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sou filho do escuro,

e não me apetece brumas.;

sou filho regenerado,

mas não sou capitão de escunas.

Sou filho passado e construído,

lentamente, através de meu tempo

e dele não abro mão,nem que me tentem.



Sou filho das águas

e não me apetece o largo.;

sou filho da álgebra com

o amor.

Na matemática de horrores,

nasci aqui com alto indolor!



Não posso mais sentir meia-pena

não posso me envolver nem com os dias

- neles me perco -.

Não posso me envolver com nada vivo

pois me sombranceio de angústia.



E tudo é palpável como

brinquedo de criança.;

a vida pulsa a cada metro,

e me desaba por dentro

um tino de tristeza,

pois alcançar a vida

não dá mais reteza.



De dia branqueia a lua meiada

à noite, ela de gala,

se posta ao meu sombrelo de pala

e diz:

nunca mais, nunca mais

fará parte de qualquer ala.



Viro brinquedo disposto

e carinhoso.; viro régua de quatro,

mordono de jardim, reta larga,

de mão dupla, corrimão de

casa velha e, de repente,

se abre um longo

espaço para minha festa interior:

e,assim, estou pronto.



Já não sei mais fazer nada.

Sou personalizado!

Receio que me cantem de

eternas orações lá no céu,

por isso tiro o chapéu e

esperro.



Espero as orações chegarem

a mim. Mas isso leva tempo.

Até hoje já levou um montão

de milhares de anos.; anos e anos,

sem manobristas!

Enquanto isso coloco pela casa,ramos,

faço minha agenda,

ouço as notícias,

me remoejo com a indolência.

Hoje sou prato frio,

com amplo estacionamento.

Tenho qualidade no atendimento,

mas perco pela voz e pelo aniquilamento.



Assim, passam os dias

e eu rapasso as mãos no vazio,

procurando decalque de estrelas

prá me marejar.Um alívio!

Sopra o primeiro vento de inverno

e eu me guardo.

Tenho medo de ter medo,

tenho receio da apreensão,

tenho pressa de ser o que não sou.



E nesta hora quando se falam em santos,

arredo o pé. Tento tanto medo de pertencer

a qualquer céu ou reluzir nesta amarga Terra.

Me dói,sem assistência de fenecer!



Fico só. Tá bom assim.

Abro a janela e vejo passar

meu primeiro sonho da vida:

achar um copo mágico de vinho

e sofregar um gole suave,

prá afastar minha vida

da vida que me criou,

das coisas que disseram que eram

e agora morreram - ou morrendo

estão -

plenamente e devastado,

pelas minhas mãos vão escorrendo.







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