Fora do lugar. Nada certo. Mecanismos desajustados.
Palavras disseram e desdisseram. Roupa jogada, tapete sobre a cadeira, velas no chão. Cama desarrumada, mesa posta.
O telefone tocou e ninguém atendeu. A secretária eletrônica não gravou nada.
Pessoas entraram e saíram. Começou a chover e alguém correu para tirar a roupa do varal. O cachorro passou por cima.
A panela começou a queimar, saindo fumaça.
Procurei a chave e não encontrei. Tudo então, começou a atrasar, cadê a chave, cadê a chave? Achei! O que estaria fazendo a chave na gaveta de biquínis?
Chegou gente, alguém tirou o jornal do chão e colocou sobre a mesa. O livro que estou lendo estava no sofá.
Ali está você lendo o meu livro!
Então parei. Organizei o pensamento.
Não era você que tinha vindo com promessas de paz e ajuda na organização de tudo?
Que lástima!
Pode ir. Cansei de correr. Deixe a chave com o porteiro e por favor, não leve o meu livro.
Algum dia eu telefono.
Vou ficar aqui tranquilamente, organizando pouco a pouco esta confusão.
