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Poesias-->ESTAPAFÚRDIO -- 12/04/2008 - 10:15 (Cristina Ancona Lopez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No último inverno tinha passado todo o tempo olhando o fogo da lareira e imaginando cenas, criando um mundo mental.

Passara o inverno vivendo de ações não vividas, universo inverso.

No verão queria fazer diferente. Queria viver cada coisa que imaginasse, antes mesmo que a imaginação tomasse conta. Faria coisas sem pensar, tomaria atitudes sem avaliar, aceitaria sem perguntar.

Queria uma vida de ação, sem nexo, bizarra, disparatada.

Ao atravessar a rua, decidiu imitar os gestos da pessoa à sua frente e o seguiu por quilômetros, sem saber para onde ia; entrou em uma doceria e comeu o que há tempo não comia; subiu em um ônibus sem saber o destino; não voltou para casa e não avisou; sorriu para o desconhecido, beijou a nuca do homem na fila.

Queria ser incoerente, excêntrico; dobrou apenas uma perna da calça, penteou o cabelo ao contrário; roubou uma maçã; subiu ao palco no meio da praça, declamou e cantou.

Como um doidivanas, falou aos berros o que pensava e o que nunca havia pensado; não cumprimentou a quem conhecia e passou a cumprimentar a quem nunca tinha visto.

Amanheceu em cama desconhecida e saiu sem se despedir. Tomou um copo de vinho no café da manhã, brindando sua singularidade. Riu, zombando de si mesmo e da vida regrada que tivera antes. Gargalhou, o corpo tremendo, lágrimas escorrendo de tanto rir.

Então sentou-se e pensou em tudo o que já havia vivido.

Não haveria bis. Não havia momento algum para o qual quisesse retornar.

E ali permaneceu. Aguardando o desenrolar do que viria pela frente.



Tita

11/07/07









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