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Poesias-->O MEDO -- 14/04/2008 - 20:45 (Cristina Ancona Lopez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Desligou o telefone nervosa. Vestiu-se correndo, bateu a porta, até esqueceu de trancar.

Tinha que correr. Ele não estava bem.

A voz estava péssima e ela acreditava, sim acreditava, que ele deveria estar mesmo perto do fim. Soava tão debilitado, tão acabado, tão sozinho...

Correu.

Trânsito, sinais fechados ficou aflita, quase desesperada. Não podia deixá-lo só. Tinha que correr, alguma coisa muito séria estava acontecendo.

Quando chegou ao prédio, do outro lado da cidade, o elevador demorando, subiu as escadas de dois em dois degraus. Será que ele conseguira manter-se respirando enquanto ela vinha?

Abriu a porta suada e esbaforida, chamou por ele. Sem resposta. Nada na sala, nada no quarto. Encontrou-o no banheiro sentado no chão, desconsolado.

Não consegui voltar para a cama, eu estou acabado, eu estou no fim.

Levantou-o com dificuldade, levou para o quarto, ele jogando todo o peso nos seus ombros, fez com que se vestisse, chamou o elevador, voaram para o hospital.

Durante o caminho ele foi de olhos fechados e gemia. Ela pediu por favor, agüenta, por favor! Vamos chegar logo, você tem que agüentar.

Na porta do pronto socorro gritou, pediu ajuda, veio uma maca, carregaram-no com urgência para dentro. Largou o carro com a chave no contato, correu segurando a mão dele ao lado da maca.

O médico veio, examinou.

Ela com o coração disparado mas doutor, por favor, ele vai ficar bom?

O médico não respondeu. Levante o braço, abra a boca, vire de lado, vire de frente, deite-se novamente.

Ela, tremendo.

O médico terminou o exame e a chamou para conversar.

Ela, começou a chorar doutor, doutor, o que é que ele tem?

O médico respondeu: gripe. Mais dois dias e vai estar bom. O cara é medroso hem?

Então ela, envergonhada e secando as lágrimas, despediu-se do médico, agradeceu e já com um quase acesso de fúria lembrou-se de quantas vezes passara por isso. Ele desesperado, ele dizendo que morria, ele esperando o fim. E ela, sempre correndo.

Voltou para o lado da maca. Ele lívido. Você tem gripe. GRIPE! Escutou que é gripe?

Como por encanto, ele recuperou a cor. Que bom, não estava morrendo! Que bom, ela o salvara! Que bom! Até que não estava mesmo tão mal assim. Sorriu, quis abraçá-la mas ela o afastou.

O que foi? Não está contente?

Ela olhou desconsolada. Pensou em ir embora. Mas sabia que se ele telefonasse de novo ela, de novo, correria. Então pegou na mão dele e disse: vem, eu vou te levar para casa.



Tita

08/02/2007





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