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| Poesias-->Ventre Sem Dono -- 22/02/2001 - 06:35 (José Ernesto Kappel) |
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É muito fácil ser
o óbvio.
Tanto como ser
o passageiro.
É fácil ser o progresso
e é tão fácil construir o
regresso.
Se você tem uma vitrine
se coloque nela,
e deixe o povo passar,
calado, só apreciando
sua figura bem assaz.
Ser nobre é uma coisa,
ser pobre é outra.
Ser instrumento é uma coisa,
ser flauta sem sopro já
é diferente:
-peca pelo silencio.;
dobra de cansaço,
arqueja de pejaço.
Ser fruta-limão
também é fácil e dúbia,
difícil é comprendê-la,
sem se amargar e sem ficar rubro!
Tenho miasma e exaltação
mas me perco na hora do cão!
Se tem passos, faça dele
dois que
não entortam, nem gasmorra !
Sua vida está a um metro
do abismo de fundura
tão imensa que engole
os sonhos e faz o medo
aparecer, e olhe!
Brincadeira não é!
Vida assim eu não quero,
De lá prá cá,sem nunca dar pé,
sempre do outro lado,
que não existe,
mas persiste.
Vida assim eu não quero
estar sempre a três metros
do vago e estar sempre de rosto colado
com os restos do pães da noite.
E dos farelos dela: sempre retos!
Faço assim, me despeço,
de três amigos,
compro um inferno
faça dele bem particular.
Me arco numa escada
de cinco dengos,
e vou viajar prá sempre
pro lado de lá,
do lado que o mundo não tem,
do lado em que os homens disseram:
vai alado, sem pejota,
e vende sua vida
pros arcades e os lordes!
Mas aqui não fica esta alma
que não acorda, só sonha e dorme.
Vá pro sul - lá onde você começou!
na Casa de Maria das Santas, onde nasceu,
escorregando num ventre de 3 donos,
tendo uma senhora que sempre jurou não
ser mãe enquanto eu não tivesse tal honra!
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