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Poesias-->AINDA LEMBRAS? I -- 08/03/2008 - 06:12 (JOSE GERALDO MOREIRA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AINDA LEMBRAS? l

RRR



Talvez ainda tenhas neurônios

Talvez ainda recordes, pense e sonhe...



Quem nos viu não entendeu

Quem viveu foi sepultado

Vivemos em catalepsia

Seremos fetos no formol?

Seremos um pouco de dó em si-be-mol?



Ah, realmente me concebi no teu ventre fértil

Fui algum dos espermas que ejaculas sem prazer

Faço concorrentes na tua memória áudio-visual

Serei teu encontro provocado-casual?



Ah, meu amor, os homens marcham

As guerras se abastecem de almas desvairadas

E nós? Dois bêbados lúcidos a perambular

Sem importância por qualquer lugar

A pensar, queimando os fios do cérebro

A confundir os sistemas gastos

Convencendo nossos espíritos

A convalescer de cada endemia de mágoa.



Realmente já passei dos talvez

Sou fruta madura à espera de solo com ph

Mais propício, úmido, fecundo

Já sou a anciã desgastada que foge calada

Cabeleira alvoroçada



E tu?

Rocha metamórfica

Túmulo descaverado

Alquimista falido

Engenho inacabado

Pecador sem pecado

Inseto urgente de formicida

Autômato despilhado



Eu vivo e sobrevivo

Sempre recomeço dos barrancos aos trancos

Sobre pés descalços, raros tamancos

Os homens olham, mas não me vêem

Os meus olhos olham sem enxergar

Procuro a forma simples de amar

Como amo a ti

Amo do amor mais profundo além do corpo

Para dentro da alma

Não vejo teu amor em ninguém, solto por aí

Não ouço o que diz a tua boca lacrada

Não rio seu riso em dente algum



Tanto amo que desamo

Nem sei se estou dando ou negando

Orando ou odiando

Subtraio ou multiplico

Se retrocedo ou ascendo no holocausto de espinhos



Não falo mais de coisas normais, informais

Imorais, sensuais, iguais, banais

Ando escutando sem ouvir

O astigmatismo me castra as pupilas

A miopia retrai o nervo ótico

Encurta os espelhos, já nem me vejo

Nem te vejo refletido nas poças de chuva



Ainda lembras-se das não promessas?

Dos teus adeuses solitários e burros?

Do retorno às pressas com ar soturno

De quem lançou as últimas moedas no poço do infortúnio?



Talvez ainda recordes, sonhe e ao acordar, pense

Que sequer existimos.



Um dia/1979

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