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Poesias-->Resumo da Ópera -- 20/02/2001 - 16:27 (Magno Antonio Correia de Mello) |
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Não nasci livre.
Sou fruto da mentira,
a costela estragada
da hipocrisia.
Venderam-me um mundo
que hoje esfarelo
e o exibo
em toda sua dimensão
nenhuma.
Vejam-me agora
escravo das crenças
em que não acreditavam
os que me fizeram crer.
Tudo que transmutaram
- de pedra -
em ouro
em pedra
- de ouro -
agora refaço
mestre da dura arte
de redestruir.
Deixaram-me um legado
- o ódio.
Transmito-o agora
pomba maluca da guerra
parida das entranhas
do meu ser.
Deixem-me a sós,
estou perplexo.
Deixem-me fazer do susto
o amálgama
do medo
ou a matéria-prima
do riso.
Neguei mais de mil vezes
o absoluto
xinguei de todos os nomes
o divino
fui mijar nas cidadelas
do paraíso.
Segurei os edifícios
em todos os terremotos
eis aqui minhas mãos
emporcalhadas de sangue
e cimento.
Depois, quando percebi que o verbo
só tinha uma pessoa
esmurrei-me sem dó
o nariz.
Porque todos os passos
foram dados para trás
e chegaram ao destino
antes mesmo de partir.
Tudo que passou pelo moinho
hoje é vento
não está mais lá
sumiu.
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