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Poesias-->RETRATO NO FUNDO DO ESPELHO -- 05/03/2000 - 20:20 (Itabajara Catta Preta) |
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RETRATO NO FUNDO DO ESPELHO
Esta não é a face de minha juventude.
Não creio nestas rugas. E não creio
nesta feição austera, séria e rude...
E esta barba grisalha é de algum rosto alheio.
Este ewspelho está velho e já perdeu a virtude
da boa educação, do gentil galanteio.
Já não reflete bem, já não sabe a que veio.
Este semblante triste não me ilude.
Não sou eu.; não sou eu este ancião tão feio!
Sou, sim! Esse que vejo sobre a mesa posto,
lá no fundo do espelho,sobre a cantoneira:
Vou vestido a rigor.; e exibo com bom gosto
a princeaa do amor, a meu braço, altaneira!
Cabeleira de Poeta.; o porte bem composto...
Essa luz em meus olhos é que é verdadeira,
tenho, assim, a cabeça erguida e, na viseira,
o anseio de ideal, que ilumina o meu rosto
e mostra,no porvir, a glória toda inteira!
Sou aquele. E não este. É maldade e loucura
colocar em meu rosto "ais" e "nãos" e a mentira
de contar cinquenta anos de lonjura
entre o retrato e o espelho. Aos harpejos da lira,
foram momentos só - de glória e de ventura!
Em minha mocidade, inda canta e suspira
do ideal a ganhar, e iluminada mira
a conquistar, do amor na feliz aventura.
- A verdade é o retrato. Este espelho é mentira!
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