LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->AGUNCHOS TERNO E LÍRICO -- 28/01/2008 - 18:14 (João Ferreira) |
|
|
| |
AGUNCHOS TERNO E LÍRICO
João Ferreira
Agunchos 1992
Entre cantantes águas da levada
E carregados bardos de sousão
Toco as gavinhas vivas que sobem vitalizadas
Pelo corpo dos plátanos
O sol brilha quase crepuscular na tarde
Descendo pelo côncavo das montanhas
Até chegar às douradas folhas das parreiras
Iluminando os fios brilhantes da água
Entre as verdes formas cercam-me as silvas
As heras e os fetos
Observo rememorando cenas
E tornam-se mais salientes
As roídas pedras da quelha secular
Desgastadas pelos rodados dos carros de bois
Agora inundadas pelas águas saltitantes
De inundantes veios
Embrenhado no campo por entre aparecentes formas
Visiono cancelas e canastros
Ramadas fartas de cachos tintos e brancos
E logo ali a sombrosa e verde oliva
Na mistura das bandeiras dos milharais
Acercados de densos tufos de ramalhosos plátanos
As vides apoiadas em galhos de altos choupos
Criam pontes sobre os caminhos
Vagueiam silenciosamente por aqui
Nobres e ternas almas perdidas
Que conversam comigo
Me inclinando à adoração
Me encanta a tarde sacra dos sóis dourados
No aconchego das vinhas
Emolduradas de fruto
E acarinhadas por musicais águas deslizantes
A tarde é fresca
E se esbalda em brisas anímicas e paradisíacas
No silêncio de ouro
Que me adocica a solidão
Todas as almas quietas e caladas
Entoam majestaticamente aqui
A grande e bucólica ode da vida
Entre serras transmontanas
Nos contrafortes do Alvão.
João Ferreira
Agunchos
1992
|
|