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| LEGENDAS |
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| Poesias-->PRESO NO CAIS -- 26/12/2007 - 08:45 (Alexandre José de Barros Leal Saraiva) |
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Andava sozinho, o vestido azul.
Ruas calavam-se de chofre,
assim que o anil acinturado, vindo do sul,
chegava para devastar corações que sofrem.
Um poeta, destilando madrugadas frias,
escreveu versos perfumados ao vestido,
mas este, costurado em melancolias,
sequer lhe deu ouvidos.
O visionário, ensandecido,
embriagou-se de ódio mortal.
Armou-se, resoluto, com velho esquecido
punhal.
E desde então, vive preso no cais,
algemado pela última tira azul, do vestido que não há mais.
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