CIRANDAR
O nome daquele bosque
virou sinônimo da minha vida, dor.
E naquela rua sem ladrilhos
nunca mais passei.
Mariazinha, me responda, por favor:
Quem calou a cantiga
que um dia cantei?
Flores brigando, roseira na mão,
morena da água de Itororó.
Vá, “abre a porta e vê quem é”.
Se for alguém que resolveu cirandar,
por favor, deixe entrar.
Quem sabe esta noite será
cicatrizante
da minha alma, charco.
mas, se vier apenas charlar,
lembraremos cantigas.
“Aproveita minha gente, que uma noite não é nada ”
MARCIANO VASQUES
|