Grandes angústias,
mente obstruída, visão nebulosa.
Embarcação com bombas de sucção
retirando as camadas de sujeira
no fundo do rio do coração.
O material recolhido é transportado às margens,
vêm à tona os sofrimentos.
O lodo torna os pés inseguros.
Escorrem as lágrimas pela face,
a tristeza perde o equilíbrio.
Águas poluídas, com resíduos do rancor,
impróprio para o banho,
proibido para a felicidade!
Fragmentos de problemas mal solucionados,
destroem a natureza ao redor,
envelhecem a vida,
retardam o crescimento!
Afogam-se na lama da baixa auto estima,
mergulha de corpo e alma, mas,
cospe substâncias com efeito coagulante.
O lixo flutua, não afunda.
Peneira o ego três vezes.
Mais limpo, porém, traumatizado,
é conduzido a uma cachoeira.
Precipita-se rumo a um outro rio.
Deslizando pelos desenganos,
chegou num terreno seco e rachado.
Restou pouco do seu precioso líquido!
No seu caminho encontrou uma semente perdida.
Antes de esgotar a ultima gota, conseguiu regá-la!
A região agora é desértica, o sol arde.
Espantosamente brota uma flor:
Ainda há uma esperança!
© Rosimeire Leal da Motta.
OBS.: Esta poesia faz parte do livro:
"Voz da Alma" – Autora: Rosimeire Leal da Motta
Editora CBJE - RJ - Novembro/ 2005 - Poesia e Prosa.
Página Pessoal: http://br.geocities.com/rosimeire_lm/ |