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Poesias-->poema da difamação do poema -- 08/10/2007 - 18:01 (julio saraiva) |
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o poema deixa-se esparramar
na poltrona rasgada
imprestável
destinada ao lixo
última flor do lixo o poema
a merda sente nojo do poema
embora o poema seja a alma podre da merda
o poema faz um tour pela cracolândia de sampa
o poema desaba
na sarjeta
o poema principalmente grita pela boca
dos que desabam
na sarjeta
o poema respira o hálito que sai
da boceta da puta mais fodida do parque dom pedro
o poema atravessa a zona do mercado municipal
o poema vai desaparecer
definitivamente
nas águas do tamanduateí
numa sexta-feira à tarde
debaixo
de um temporal |
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