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| Poesias-->Plantão dos Mortos -- 13/02/2001 - 10:27 (José Ernesto Kappel) |
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Olhando de lado
a gente percebe.
Olhando de frente,
também.
Não olhando, você,
de permeio, sente mais
ainda e se repete.
É porque de fora
virou prá dentro.
Que posso fazer
que tudo se embutiu?
Como se fosse tudo bem
empacotado.
Me pegaram - na minha hora -
e misturaram tudo dentro
do nada.
Na caixa vazia restou
eu e a escuridão.
Mas que posso fazer?
Sou desdedos dos vazios e
pertinaz dos incoerentes.
Sou também viva voz
dos perdidos,
dos largados aos vagos e
pelo vivaz tempo.
Então virei caixa de
chutar - sem ao
menos ser de vidro,
sem ao mesnos poder
fazer um pedido.
Ah! se eu pudesse,
eu largaria minha voz
meio atroz,
e soltaria a angústia.
-Me tirem desta caixa
de vazios, sem sol e em
lua.
Sem orvalho da noite pura,
sem amigos deconhecidos,
ou qualquer mulher -
que pode ser até mesmo a padrão -.
Diria, me soltem daqui.
Tragam até me avó
e peçam a ele que
pelo menos me dê a mão.
Juro, agora,
preciso de mãos dadas
mesmo que sejam aquelas
que fazem os plantões dos mortos!
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