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Poesias-->Avesso -- 27/08/2007 - 20:39 (Maria Lidia D. S. Meireles) |
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Avesso
Esse legado,
Conquistado
Na contramão do
Meu existir, a poucos
Posso deixar...
Só aos que comigo
São, e que no vão
Da rua estreita
Fazem-se, mesmo
Que mal ditos
Às vezes sejam
Por vozes fortes
Ou pequenas, quiçá
Serenas, mas sempre
Simétricas, corretas
Compostas e dispostas!
E nós, que nem somos
Tão perfeitos e bem
Feitos, ficamos atrás
Da alvorada!
Céus, que desconsolo!
Enquanto muitos dão
Amores, nem sempre
Flores, outros dão prata,
Nomes e sobrenomes..
Qual será então, aquele que
Meu quinhão apreciará?
A ti que desconheço,
Tenho-te muito apreço.
A ti deixo o meu avesso!
Tu, recebas esse sentir
Pleno, de quem assim
Viveu seu viver sem
Fim, que amou, chorou
Do que teve medo, teve
Dor, paixão, mas cantou
A canção do abandono, e
Só, sem dono, se achou
Pai, ao se tornar mãe de
Seu próprio ser!
Deixo a ti meus partos,
Minhas crias,
Deixo também sim
Meus pecados todos.
Eles só me fizeram
Gente, gente que se deu
A tantas criaturas
Descrentes... Saibas,
Também eles são o
Melhor de mim.
Correm as águas afinal,
Sem com isso pensarem
No mal ou bem, só o
Fazem de modo natural!
Carregamos todos nós o
Mesmo pecado original.;
Tu que ainda chegarás,
Aceite meu legado,
Guarde-o como prova
De amor sem fim!
Lídia Meireles
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