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| Poesias-->este ladrão -- 09/07/2007 - 19:19 (maria da graça ferraz) |
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Ah, estas folhas de poemas
que trago guardadas
Ah, estes véus arrancados
da cabeça de noivas tontas
Estes silêncios meus
Silêncios vastos
Estes silêncios escuros
quando invado alcovas
para o furto
O leito quente
Sobre o lençol, a rosa
Corpos suados, etéreos,
sem pele, em fuga,
cheio de pecados santos
Toda vez que escrevo
fica em mim a sensação
de que andei espiando
o que não devia
A sensação de contar
um segredo terrível
De ter roubado
uma estrela pálida
com medo
na mão aberta
à ponta de cada dedo
Beija Beija minha mão
depois que escrevo
Conceda-me teu perdão
Violei sacrários
Roubei a rosa. Verti a taça no chão.
Quebrei corpos de vidro
até encontrar a pura voz
O que fazer com este poeta
que me habita? Este ladrão?
Ah...suave atroz destino
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