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Poesias-->como falam -- 09/07/2007 - 19:08 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Como falam! Como falam!

As pessoas inertes , distantes

umas das outras, tão aéreas,

sentadas nos bancos das praças

Como falam! Como falam!



O bando mudo. A multidão passiva.

O tal pessoal que enche as ruas,

olhar baixo, boca fechada

Como falam! Como falam!

É difícil suportar a linguagem

dos corpos solitários

que rolam, em movimento suave



O piscar de um olho

Um tique nervoso

O simples dobrar de um papel

antes de colocá-lo no bolso

Um passo. Outro passo.

Ah, os ruídos imperceptíveis

da alma e do corpo

Como falam! Como falam!



A discreta ruminação

das mandíbulas

A mímica das mãos

A expressão do rosto

O franzir da testa

no pensamento íntimo

O ranger dos dentes

do siso

E o coração,

bomba pulsátil,

a bater em cada um

Como falam! Como falam!

Quem rege os corpos mudos

e vazios que enchem as praças

do grande mundo?



Como falam os que não falam!

Os que apenas cortam o espaço,

e, brevemente, nos olham de soslaio

Como falam as coisas, os homens,

as estrelas, todos os astros,

que vagam errantes, solitários,

pelas cidades assombradas

Como falam!



Ah, corpos congelados

de amor, de vida, de contacto,

que andam lado a lado,

e ao se esbarrarem,

o diálogo rápido, gestual,

desculpa, não foi nada,

da próxima vez, tenha mais cuidado



Não há como deter a palavra

Muito menos destruí-la

É algo incluso. Implícito.

Porque todos estes corpos,

tristes, vadios,

possuem um único destino,

caminham para dentro

dos meus olhos

e morrem dentro de mim

em baque súbito

Mas continuam falando...falando...

enquanto durmo



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