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Poesias-->poema branco 57 -- 08/07/2007 - 18:41 (maria da graça ferraz) |
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A gravura da enfermeira
com o dedo na boca
cortáva-a em duas
A palavra era proibida
quando em luta
entre a morte e a vida
E por onde eu ia no hospital,
as paredes seguiam-me
com a advertência:
Silêncio. Silêncio.
Foi quando comecei
a ouvir o som do deserto,
passos na areia,
caravanas perdidas
Calada. Calada.
Mão na garganta
Eu ouvia o clamor
dos mundos soterrados
e esquecidos
E tudo ecoava,
insuportavelmente, ecoava,
em meio ao silêncio,
dentro do meu peito
Às vezes um canto
de pássaro fustigava
a memória
Devolvía-me uma letra
E eu vagava, branca,
silente, como uma morta
em busca do esquecimento
completo, dividida em sílabas
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