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Poesias-->resposta -- 08/07/2007 - 18:36 (maria da graça ferraz) |
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Não, não posso ser concretista
porque venci a palavra
Nenhuma palavra - FORMA
me domina,
me enfeitiça
me humilha
Toda palavra está abaixo
do que sou
Uso da palavra
como alguém que calça um sapato
apertado
Há tantos gritos no mundo
mas apenas uma palavra "grito"
designa os tantos gritos, repara!
Palavra é máscara!
Restringe! Uniformiza!
Obstrui!
Para diferenciar um grito do outro, adjetivo ,
uso de outras palavras, afasto-me mais!
Palavras são flores abertas,quase mortas!
Nada mais verdadeiro
do que a flor seca
guardada
entre as páginas de um livro
Será que há uma palavra especial
que me conheça?
Que saiba de mim?
O que as palavras, pergunto, sabem sobre mim?
Há partes de mim
que não possuem representação cabível
Mas, ainda assim, existem, me sustém
Mesmo o amor- esta palavra-
é para mim apenas uma porta,
uma janela,
algo adivinhado, busca, danação
O amor que está em mim
não é nada disto que , na vida, já li!
Não posso ser concretista
porque o desenho
não pode vencer o que sinto
o que penso
o que sonho
o traço
Nenhuma teoria
pode subjulgar
minha metáfora!
Nenhum estilo
pode vencer
o símbolo
O que respira em mim
é maior do que eu mesma
Dá-me medo!
Nenhuma folha - piscininha
cabe toda esta minha água que jorra,
a cada momento, a cada momento,
eterno tormento
O que significa a palavra asa
quando vivo alucinada,
além do espaço-tempo?
Nenhuma falta
pode vencer
ESTA MINHA FOME
( que nada tém a ver com a palavra fome)
Em nome da faca
da colher
do garfo
hómem
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