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| Poesias-->A Boa Vida (e muitos outros poetrix) -- 24/06/2007 - 07:33 (Jacques Levin) |
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Viver
Só dói quando respiro...
E como respiro a cada instante
exalo a dor e toco pra frente.
Tigresa
Uma cadeira e um chicote,
e capriche no fetiche
enquanto arma o bote.
GAGO ENAMORADO
O te-teu ros-to-to, o te-teu cor-po-po
Desperta-ta... blá-blá-blá.
Um...abraçovenhadelá.
TODA A DIFERENÇA
Breves os momentos
em que obtemos paz.
No mais, tanto faz.
FOGOS SEM ARTIFÍCIO
Ilumina-se o céu
o fim do marasmo
e o teu orgasmo.
Satisfação
Eu tão só ...
Ser tão eu ...
Tão só teu ...
A Boa Vida
Há de haver em alguma parte
um viver com arte, que não obedece
às imposições do estresse.
No caminho com Maiakovski
Ah! como eu queria
pegar, também, carona
nesse Rolls Royce.
Aqui no agora
Um pássaro pousou.
Em um só instante
o presente já passou
A conquista da Lua
Bem antes do americano
Ludwig van Beethoven
Chegou à lua num piano.
Antes que o dia acabe
Faço-me noturno,
com a certeza do amanhã
durmo...
Semiótica
Por inexperiência
recolho-me
à minha significância.
Eu existo
CPF, RG, INSS,
IPTU, CPMF, IPVA,
RL, ISBN, DNA.
Super-ego
Há de chegar o dia
Em que tudo que eu cale
Seja porcaria.
(para Paulo Leminski)
Um outro Brasil dentro do Brasil
Cordial, corrupto, violento.
Qual o Brasil verdadeiro?
Aquele do pensamento?
Big bang
O tempo é definitivo,
por enquanto
ainda vivo.
Mulherinha
Florzinha, pôr-do-sol, entrelinha,
quase que acho besteira
estar assim a entretê-la.
Sono antes da meia-noite
O ano nem começou, não tenho
quem me acompanhe, não,
não fui eu que bebi a champanhe.
A Culpa do Amor
Não, não me diga não,
não faça patifarias
que lhe deixo sem perdão.
Piorréia e paladar
Por boniteza comprou
novos dentes. Na boca doída:
angu, feijão, carne moída.
Noite
Cais deserto.
Sopra o vento.
Fica o destino, parte
Inteligência
Fome hoje e todos os dias,
quando é hora como,
depois escovo os dentes.
Surpresa 1
Na face original
uma só mão
e a bofetada.
Estaca zero
Stop.
A vida acabou,
foi um assalto.
(para Carlos Drummond de Andrade)
Câncer
No planeta doente,
a metastática cidade
avança na floresta.
Ritual
O cão passeando
o homem
passeando o cão.
Criação
O passarinho bica o mamão maduro.
Ele também é filho de Deus,
assim como eu.
Descobrimento
Caravelas,
peripécias,
especiarias.
Mistérios do poder
A professora de história
peremptória gritou:
Napuleão apuderou-se do puder!
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