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Poesias-->O ser panfletário... o meu defeito... (livre) -- 16/06/2007 - 16:11 (Jacques Levin) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu tenho um grande defeito

Eu sou panfletário,

Qualquer um pode torcer o nariz

E dizer com desprezo.;

É só um panfletário.

- a crítica mais contundente.

E com isso tudo descamba

Pelo ralo abaixo.



Não é doença infantil

Como sarampo, catapora,

É juvenil, como a acne.

Adquiri com os antigos,

Brecht, Maiakovski, Castro Alves,

E agora não há como

Livrar-me das cicatrizes

Tenho a cara furada

E não há "peeling" que dê jeito.



Preocupado com as críticas,

fui procurar nos poetas

a sua motivação.

Vejam, Borges,

o Jorge Luís,

pessoa boa e simpática,

ser totalmente apolítico.;



não é que arrumou, também encrenca com o ditador das argentinas.; porque não é uma questão de política, dói mais aos Borges serem governados por ignorantes. E cá entre nós, um ditador culto é uma miragem maior do que um rei filósofo:



“o que desejávamos escrever era a poesia essencial – poemas para além do aqui e do agora, livres da cor local e das circunstâncias contemporâneas”.



Nada portanto de panfletário. Um amigo disse.; “Ah, vejo que você sustentava o ponto de vista de que o principal objetivo da poesia é surpreender”.



Já Elliot, T. S. afirma:



“Que a poesia é muito mais local do que a prosa, pode ser verificado na história das línguas européias”.



E mais: “Numa civilização saudável, a poesia maior terá algo a dizer a todos os cidadãos, em qualquer nível de educação”.



E mais ainda: “A poesia é uma constante lembrança de todas as coisas que só podem ser ditas em uma língua, e que são intraduzíveis”.



E finalmente: “É igualmente possível que o sentimento pela poesia e os sentimentos que são a matéria-prima da poesia possam desaparecer em todos os lugares, o que poderia facilitar aquela unificação do mundo, que algumas pessoas consideram conveniente para o próprio benefício deste”.



Estaria ele falando da globalização?

Então a poesia pode estar

desaparecendo do mundo.

Os sentimentos e emoções

podem estar sufocados.

O próprio ser pode estar

igualmente pisoteado.



Esse é o tema universal, isento de cor local, para além do aqui e do agora, que deve ser dito em todas as línguas nacionais, com as suas diferenças intraduzíveis. Precisamos dizer que o condor é um animal em extinção, e que o povo também. E que a praça não é do povo. Lamento muito, mas a praça só é do povo durante o carnaval. Pode ser que todo o mundo já saiba.; mas quem está nascendo, não



Então eu sou panfletário

É um defeito que tenho

Cicatrizes de acne juvenil

Que "peeling" nenhum conserta

E mesmo avançado em idade

Carrego ainda no rosto

No cérebro, no pensamento

As marcas daquele tempo.





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