não é que arrumou, também encrenca com o ditador das argentinas.; porque não é uma questão de política, dói mais aos Borges serem governados por ignorantes. E cá entre nós, um ditador culto é uma miragem maior do que um rei filósofo:
“o que desejávamos escrever era a poesia essencial – poemas para além do aqui e do agora, livres da cor local e das circunstâncias contemporâneas”.
Nada portanto de panfletário. Um amigo disse.; “Ah, vejo que você sustentava o ponto de vista de que o principal objetivo da poesia é surpreender”.
Já Elliot, T. S. afirma:
“Que a poesia é muito mais local do que a prosa, pode ser verificado na história das línguas européias”.
E mais: “Numa civilização saudável, a poesia maior terá algo a dizer a todos os cidadãos, em qualquer nível de educação”.
E mais ainda: “A poesia é uma constante lembrança de todas as coisas que só podem ser ditas em uma língua, e que são intraduzíveis”.
E finalmente: “É igualmente possível que o sentimento pela poesia e os sentimentos que são a matéria-prima da poesia possam desaparecer em todos os lugares, o que poderia facilitar aquela unificação do mundo, que algumas pessoas consideram conveniente para o próprio benefício deste”.
Estaria ele falando da globalização?
Então a poesia pode estar
desaparecendo do mundo.
Os sentimentos e emoções
podem estar sufocados.
O próprio ser pode estar
igualmente pisoteado.
Esse é o tema universal, isento de cor local, para além do aqui e do agora, que deve ser dito em todas as línguas nacionais, com as suas diferenças intraduzíveis. Precisamos dizer que o condor é um animal em extinção, e que o povo também. E que a praça não é do povo. Lamento muito, mas a praça só é do povo durante o carnaval. Pode ser que todo o mundo já saiba.; mas quem está nascendo, não