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Poesias-->Rio Muriaé (XII - XIII - XIV - XV ) -- 24/02/2000 - 22:50 (Itabajara Catta Preta) |
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XII
"Nosso destino é igual.; a minha vida é a sua:"
Como o rio, eu também marquei meu rumo à frente
e arrojei-me, a cantar serestas sob a lua,
sol a sol, disputando a vida em luta ingente.
Em ELINA, encontrei minha Uiara encantada.
Fiel ao seu amor, a jornada da vida
foi, de flores, pra mim, festiva caminhada
olorosa e feliz, risonha e colorida.
Tens remorsos cruéis na tua alma incrustados
e o pranto que lamentas na água da corrente
são lágrimas de mães de filhos afogados.
És também, como eu sou, devoto e penitente,
por isto, meu irmão, se estamos separados,
"teu curso, Muriaé, revejo, embora ausente."
XIII
"Teu curso, Muriaé, revejo, embora ausente",
com olhos de saudade: as pedras da cascata
do Rosário, eram terço em que, místico, crente,
resavas sem cessar tua "cíclica sonata"...
O progresso destruiu teu místico instrumento,
de muralhas cercou teu leito, livre outrora,
sem pesar destruindo, a um único momento,
a inspiração do poeta e tua lira sonora.
E revejo o remanso imóvel, preguiçoso...
a gameleira antiga... e, à frente, o matadouro...
a ponte de madeira, velha, esburacada...
E a cena que inspirou ITAMAR, primoroso:
O rio a deslisar, sob um sol todo de ouro,
"tendo ao lado a colina e a casinha encantada..."
XIV
"Tendo ao lado a colina e a casinha encantada,"
palácio disfarçado em casa de pastores...
Eu, menestrel plebeu.; ela, princesa fada...
Nosso amor foi um sonho, entre festas e flores!
Tudo o tempo levou: - a paisagem florida...
o quintal todo em flor... o campo... a passarada...
o moinho a cantar, na cascata escondida...
a aquarela de amor, em luz do sol banhada...
Só nosso amor restou, hoje tornado em lenda
que o rio leva além, cantando, aos ribeirinhos:
- canto de glória e paz, bucólica legenda
que em nós inda floresce,em festa engalanada
tal como floresceu pelos amplos caminhos
"Onde embalei meu sonho e encontrei minha amada."
XV (soneto-síntese)
" RIO MURIAÉ
Ao poeta Itabajara Catta Preta
ITAMAR MAGALHÃES
ROLANDO MANSAMENTE ENTRE A CIDADE E A MATA,
AO SOL, À LUZ PRATEADA EM NOITES DE LUAR,
NUM BORBORINHO´ALEGRE, EM CÍCLICA SONATA,
VAI CANTANDO EM SURDINA Á PROCURA DO MAR.
É MEU O SEU DESTINO.; - LUTAR CONSTANTEMENTE,
ORA EM MONTANHA ABRUPTA, A ROLAR SEM DESCANSO,
ORA A DORMIR SERENO, EM CALMA, INDIFERENTE,
ENCOSTADO À BARRANCA, ENROLADO, EM REMANSO.
E, ALÉM, SOLTA A CASCATA UMA CANÇÃO DOLENTE,
TURBILHONA EM QUEBRADA E A LUTAR CONTINUA...
NOSSO DESTINO É IGUAL. A MINHA VIDA É A SUA.
TEU CURSO, MURIAÉ, REVEJO, EMBORA AUSENTE:
A SEU LADO A COLINA E A CASINHA ENCANTADA
ONDE EMBALEI MEU SONHO E ENCONTREI MINHA AMADA."
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