|     
				| LEGENDAS |  | ( 
					 * )- 
					Texto com Registro de Direito Autoral ) |  | ( 
					 ! )- 
					Texto com Comentários |      |   | 
	|
 | Poesias-->Prosa poética: É tarde para viver... -- 25/04/2007 - 09:36 (Tere Penhabe) |  |  |  |  |  |
 | É tarde para viver... 
 mas cedo demais para morrer...
 
 Tere Penhabe
 
 
 
 "Teu companheiro eu fora, de verdade
 
 não fosse outra razão mais portentosa
 
 a vergar-me os ditames da ansiedade
 
 de afagar-me em areias de praia formosa
 
 
 
 Alexandre"
 
 
 
 Depois de tanto tempo... tantos anos,
 
 fere a alma ouvir tal afirmação, causa dor...
 
 mas é dor gratificante de sentir
 
 como o vento que remexe os cabelos
 
 mas em compensação, acaricia nossa face...
 
 
 
 Também eu, esperei que fosses meu companheiro
 
 mais que esperar, contava com isso o dia inteiro
 
 não me ocorreu que todos estavam enganados
 
 ao afirmarem, tão levianamente, que o amor é tudo!
 
 
 
 Acreditei quando me disseram, pela vida afora
 
 que nada poderia vencer o amor ou arrefecê-lo
 
 eu confiei cegamente, porque o sentia, e esperei...
 
 por longos dias e noites eu esperei em vão.
 
 
 
 Todas as manhãs caminhando nas águas do mar
 
 esperava que de repente, eu te visse surgir
 
 virias cumprimentar nossas gaivotas
 
 no nosso encontro tão sonhado, a praia dividir...
 
 
 
 O mar sempre me disse para esperar
 
 também ele foi enganado, tal como eu
 
 e hoje choramos juntos o nosso desengano
 
 misturando nossas lágrimas no abraço abonado pelo sol.
 
 
 
 Volto ao nosso recanto, onde estivemos juntos tantas vezes
 
 voltarei sempre, enquanto meus passos me levarem
 
 até que um dia, isso não seja mais possível
 
 e então, eu poderei finalmente voar!
 
 
 
 Mas enquanto isso, se ouso me ocultar
 
 a vida bate à minha porta, vem me chamar
 
 porque se é tarde para viver
 
 também é cedo demais para morrer!
 
 
 
 Meus sonhos foram embora, como pássaros em arribação
 
 eu que os tinha tanto e acalentava
 
 hoje caminho nos cascalhos do envelhecimento
 
 sem coragem de sonhar outra vez...
 
 
 
 Não há mágoas acolhidas na minha alma
 
 nenhum rancor, apenas um vazio imenso
 
 uma sensação enorme de impotência, demência
 
 diante do meu castelo desmoronado pelo vento...
 
 
 
 Não me sinto culpada, e sei que não és também
 
 fornecemos apenas as páginas
 
 mas não somos nós que escrevemos a vida
 
 e ela se negou a escrever a nossa história...
 
 
 
 como se nega, todos os dias, a escrever outras tantas histórias
 
 por isso, a quem ainda se encontra no caminho
 
 a quem não perdeu a direção, rolando na ribanceira
 
 eu digo: não espere nunca! Vá buscar!
 
 
 
 O destino não nos dá nada de graça, se queremos
 
 temos que lutar muito para conseguir, além da conta
 
 temos que arrancar dos braços do destino, à força se precisar
 
 mas sempre, incontestavelmente, com amor!
 
 
 
 Porque, apesar de tudo e de todos, apesar de mim...
 
 eu ainda acredito no amor! E me recuso a perder essa fé
 
 porque se a minha alma sangra e chora o seu vazio
 
 não significa que todas estejam vazias... não estão.
 
 
 
 De tudo que eu vivi nos muitos dos meus dias
 
 do ouro que me levou tão longe e tão alto
 
 do meu sucesso profissional, reconhecido por tantos
 
 nada, absolutamente nada, foi mais importante que o amor...
 
 
 
 mesmo que eu não o tenha mais...
 
 
 
 Santos, 14.04.2007_1:25 hs
 
 www.amoremversoeprosa.com
 | 
 |