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 | Poesias-->DROIT & CROISSANT -- 30/03/2007 - 19:10 (Lílian Maial) |  |  |  |  |  |
 | DROIT & CROISSANT 
 Lílian Maial
 
 
 
 Quando nasci, não veio anjo nenhum,
 
 só um tapa desses bem dados na bunda,
 
 que era para eu já ir-me acostumando.
 
 E houve quem dissesse: Chora, criança, que é sinal de saúde.
 
 
 
 Minha mãe me achou muito feia,
 
 meu pai me queria homem.
 
 Só minha avó, escondidinha nos pensamentos,
 
 me reservava um destino "droit",
 
 que de "gauche" já bastavam o mundo e os anjos.
 
 
 
 A praga de vó deu certo,
 
 e a lagarta voou borboleta,
 
 aprendeu a parir asas de não sei onde,
 
 a se fantasiar de arco-íris e ver estrelas.
 
 
 
 Tudo culpa de um vírus que peguei inda menina.
 
 Todo mundo tinha catapora,
 
 eu tinha poesia.
 
 
 
 E tinha a bronca do tal anjo,
 
 que chegou atrasado naquele Carnaval,
 
 correndo que estava atrás das pernas todas,
 
 de homens e mulheres,
 
 que anjo não tem sexo.
 
 
 
 Até hoje o caído me tenta,
 
 me suborna com os croissants de Maria Antonieta,
 
 mas eu estou mais para a rapadura de Maria Bonita.
 
 
 
 Meu Deus, por que não me contaste,
 
 se sabias que eu era Deus,
 
 se sabias que eu era Mulher.
 
 
 
 Meu vasto mundo é o universo,
 
 não me chamo Raimunda,
 
 não me chamo Rosa,
 
 e minha rima é pobre,
 
 meu vasto mundo é verso e prosa.
 
 
 
 Eu não devia dizer a Drummond,
 
 mas esse vírus não tem cura,
 
 passa através da leitura,
 
 se multiplica com um doze anos,
 
 e bota a gente com jeito de solidão,
 
 mas dá um barato dos diabos!
 
 
 
 
 
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