Usina de Letras
Usina de Letras
37 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63580 )
Cartas ( 21361)
Contos (13309)
Cordel (10366)
Crônicas (22591)
Discursos (3250)
Ensaios - (10792)
Erótico (13604)
Frases (52041)
Humor (20215)
Infantil (5664)
Infanto Juvenil (5020)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141428)
Redação (3381)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2445)
Textos Jurídicos (1978)
Textos Religiosos/Sermões (6406)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Auto Retrato -- 30/03/2007 - 12:07 (Maria Lidia D. S. Meireles) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


AUTO RETRATO











A campainha...

Desço e vejo diante de mim

O homem, ou apenas o que restou dele.

De olhar baixo e voz molhada, fala

Aquilo que meu coração cala,

A voz da fome que não alcanço,

A dor da lama, a que me ponho surdo

A face amarga que não reconheço

Os olhos secos de lágrimas cansadas,

De sonhar a chance de não ser o absurdo.



Um homem como tantos, sem encantos

Sem carteira, nem moleira, a ser pobre

Porque esperança há muito nem cheira.

Que bobeira, é tão simples dar dinheiro

E com isso comprar minha consciência

De me fazer crer ser caridoso, e vil por

Tirar desse moço o gosto de ser gente,

De ter parente e conseguir crer em sua mente!



Poder o mundo ter à sua frente.; e esse coração

Que não posso alcançar, me faz injuriar

Pois ouvi-lo relatar sua profunda desdita,

Põe-me maldita, ao me fazer encarar

Que cabe a mim pensar a sua condição.

Pensar o mundo da indiferença,

Arquitetado

Debaixo de tanta covardia.

Ver o quanto sou pequena

Diante desse alguém

Magoado,e



Que se põe a minha frente

A mostrar quem é o enjeitado.

Quem de nós é o fracassado

Qual ali é o mascarado!

Quem é você que me bate à porta

E me diz de pronto o que me precisa,

Diz coisas e não avisa

Que a miséria nem sempre

É de quem tem fome

Mas muito mais daquele

Que ao ser miúdo

Não tem por certo, nem o saber

De seu mísero conteúdo!



Lídia Meireles





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui