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Poesias-->MELANCOLIA -- 29/01/2001 - 03:40 (ODAIR PERROTTI) |
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MELANCOLIA
A noite baixava fria e calma
e eu ali.
Pensava em quantas mulheres amei
e a todas essas mesmas as que não amei
ou pensava que amava.
Meus olhos baixaram um pouco
como por leve constrangimento e amargura.
Fixei o olhar em lugar algum
Melhor, fixei-o no fundo de minha consciência.
Nenhuma das mulheres me ficou
e todas estavam em mim.
Estava assim meio assombrado pelo fantasmas.
Era a saudade de minha paixão?
Ou seria a saudade daquilo que julguei amor?
Não sei.
Só sei que entrei em casa
e corri ao espelho.
Falei: Odair, você não tem rugas.
E aquele homem do outro lado do espelho
prontamente me retrucou:
suas rugas estão em sua consciência
mas não são marcas do tempo
são marcas indeléveis de suas vivências.
Ame agora mais do que nunca.; quando as rugas
estiverem em seu rosto, com certeza, vai olhar
no espelho, novamente, e perguntarei:
olha que você tem rugas na consciência
e em seu rosto, não se cansou?
Você me responderá,
como o poeta Drummond o fez:
"amar se aprende amando".
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